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Banco do Brasil e Caixa prometem crescer muito em 2024

As projeções de mercado indicam que os bancos públicos continuarão a registrar um crescimento mais robusto do que seus pares privados em 2024.

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O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, que apresentaram um aumento de dois dígitos em suas carteiras de crédito ao longo de 2023.

São esperados para manter uma expansão mais vigorosa devido ao perfil de seus negócios e à postura mais conservadora dos concorrentes do setor privado.

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Durante os nove primeiros meses do ano, a carteira da Caixa registrou um crescimento de 11,4% em relação ao mesmo período de 2022, atingindo a marca de R$ 1,091 trilhão. Já o Banco do Brasil viu sua expansão alcançar 10%, totalizando R$ 1,066 trilhão.

Em comparação, o Itaú Unibanco, também com mais de R$ 1 trilhão em operações, cresceu 5,7% no mesmo período.

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O vice-presidente de Finanças e Controladoria da Caixa, Marcos Brasiliano, prevê que, pelo menos no primeiro semestre, o crescimento continuará, especialmente em linhas direcionadas, com o mercado adotando uma abordagem mais cautelosa.

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Ele destaca que o crédito imobiliário foi crucial para impulsionar o banco em 2023, com um crescimento de 14,6% até setembro.

Felipe Prince, vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos do Banco do Brasil, observa que o mercado provavelmente crescerá no próximo ano, embora de maneira mais moderada em comparação com o período da pandemia. O banco, segundo ele, se beneficiou por manter um apetite de risco ao longo do último ano, selecionando mercados com melhor retorno ajustado ao risco.

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A liderança da Caixa e do Banco do Brasil em mercados com garantias e menor inadimplência, como o imobiliário e o agrícola, é apontada como um dos fatores que sustentam o apetite dessas instituições. Enquanto os bancos privados têm uma presença maior em linhas de financiamento ao consumo, consideradas mais arriscadas, os públicos mantêm uma posição forte nessas áreas mais seguras.

Matheus Amaral, analista do Inter, destaca que a liderança desses bancos nessas linhas específicas explica por que eles continuam a crescer, enquanto os privados adotam uma postura mais restritiva.

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A preferência do Banco do Brasil pelo crédito agrícola, com mais de 50% de participação nesse mercado, e a Caixa, que detém quase 70% do crédito imobiliário, são citadas como fatores fundamentais.

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Em relação ao ambiente de juros elevados, Marcos Brasiliano, da Caixa, sugere que os bancos privados tendem a reduzir concessões em áreas como o crédito imobiliário, devido ao prazo longo e margens mais baixas. Ele enfatiza que o crescimento expressivo nessas áreas específicas ocorre em grande parte devido à ausência de concorrência significativa no mercado.

Felipe Prince, do Banco do Brasil, destaca que a estratégia de concessão de crédito do banco não mudou ao longo do ano, concentrando-se em linhas mais rentáveis e com melhor retorno ajustado ao risco. Além do crédito rural, o banco também observou crescimento próximo a dois dígitos em linhas não direcionadas, como o consignado.

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O executivo ressalta a vantagem estrutural do consignado INSS do banco em termos de custos em comparação com os concorrentes privados.